Carlos Mélo

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Emissão

“emissão” 
2014
11minutos

Sobre o artista

Carlos Mélo é um artista plástico brasileiro, nascido na província de Permanbuco, uma região formada por uma cultura complexa vista por várias nações africanas, algumas tribos indígenas e européias de origem Moura. Seus trabalhos passam por vídeo, fotografia, desenhos, instalação, escultura e performance, em uma investigação do lugar que o corpo ocupa no mundo. Através de anagramas e ações de performance, o artista aborda imagens e palavras praticando o contorcionismo semântico. Busca convergir o corpo em situações de interação com o ambiente e imagens conceituais que sugerem que seja definido de forma relacional, operando simultaneamente um resgate de aspectos da formação cultural brasileira. Para Suely Rolnik, “a obra de Carlos demarca um território, ou melhor, o estabelece. Como nos animais, isso é feito por meio de dispositivos sempre ritualizados, que são, sobretudo, ritmos. No entanto, diferentemente dos animais Aqui, o ritual e seu ritmo mudam constantemente; são inventados a cada vez, dependendo do ambiente em que são feitos e do campo problemático que procuram enfrentar, para isso o artista se instala na imanência do mundo, aos pés do real vivo, apenas apreensível pelo carinho. ” Idealizou e realizou a 1ª Bienal do Barro do Brasil, Caruaru (2014). Participou de exposições coletivas como a 3ª Bienal da Bahia, Salvador (2014); No Krannert Art Museum, Universidade de Illinois, Champaign, EUA. (2013); No Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife (2010 e 1999); No Itaú Cultural, São Paulo (2008, 2005, 2002 e 1999); Entre outras. Exposições individuais foram realizadas na Galeria 3 + 1, Lisboa, Portugal (2010); No Paço das Artes, São Paulo (2004); E na Fundação Joaquim Nabuco (Recife, Brasil, 2000). Foi vencendor do Prêmio CNI SESI Marcantonio Vilaça de Artes Plásticas (2006). Vive e trabalha em Recife.

Ter, 02 de Setembro  

Os conceitos do Manifesto do naturalismo integral, texto de Pierre Restany, são o mote mais  recente da nova obra do pernambucano Carlos Mélo, apresentada no retorno da Bienal da  Bahia. No vídeo produzido por Mélo, a pergunta inicial de Restany diante da exuberância da  Floresta Amazônica – “Que tipo de arte, qual sistema de linguagem pode provocar um  ambiente tão excepcional, exorbitante, em relação ao senso comum sob qualquer ponto de  vista?” – encontra resposta em narração ambígua do texto, escrito em 1978. A voz marcante  da atriz Renata Sorrah e a imagem do artista lendo o manifesto causam um estranhamento que logo remete à noção do naturalismo não metafórico do crítico francês. 

A ideia de natureza original de Pierre Restany pode ser percebida na trajetória de Mélo desde a série chamada Emissão, em que o pernambucano faz fotos nu e seminu ao lado de caixas de  som. A ideia remete ao contorcionismo imagético em que o fotografado ora parece um  homem, ora uma mulher. Em uma dessas fotos, Carlos segura um cachorro até a cintura,  encobrindo o sexo. 

“Acredito que meu contato com o Manifesto do naturalismo integral tenha se dado por essa  via: o desejo de trabalhar a natureza subjetiva. Tratar desse homem antropológico. A partir  daí, dessa relação com a natureza original, surgiu a minha relação com o barro”, explica Carlos,  em referência à Bienal do Barro, evento idealizado e promovido pelo artista em Caruaru, entre